2015-03-06
Sao Paulo -
A LANXESS, empresa multinacional alemã de especialidades químicas, entrevista uma de suas gestoras em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Ana Caroline Galante, gerente da unidade de negócios Advanced Industrial Intermediates, revela sua opinião com relação ao papel da mulher no mercado de trabalho, dificuldades e a desigualdade de gênero que ocorre no meio.
Ana Caroline Galante faz parte do grupo de mulheres que ocupam cargos de liderança na LANXESS. A empresa possui como meta global aumentar em 20% a quantidade de mulheres em cargos de liderança até 2020.
A gerente afirma que, no geral, existe grande preconceito com relação às mulheres, exigindo um esforço grande para a conquista de espaço. “No entanto, nunca me deixei levar por esse tipo de preconceito. Sempre procurei mostrar meu trabalho, comprometimento, dedicação e principalmente resiliência”, afirma ela. Em seus sete anos e meio de trabalho da companhia, a colaboradora passou por diversas etapas - de vendedora plena técnica até chegar ao cargo de gerente, há um ano.
Ela afirmou também que, no mercado, há desigualdade de salários entre homens e mulheres e que grande parte dos preconceitos ocorrem por conta do questionamento quanto à qualidade do trabalho das funcionárias ao ocupar diversas funções como executivas, mães, esposas e donas de casa. “As próprias mulheres se questionam sobre como conciliar vida profissional e pessoal, o que está levando muitas de nós a adiarem a maternidade por exemplo”, completou a gestora.
Para Ana Caroline, além de ser mulher, o fato de ser jovem, exige ainda mais esforço. “As pessoas te olham com certo grau de desconfiança, fazendo com que você tenha que mostrar seu potencial e suas qualidades de uma forma muito mais incisiva que o homem”.
A opinião de Ana Caroline não é distante daquela defendidas por estudiosos sobre o assunto. No Segundo Seminário de Oficiais e Peritos em Assuntos Populacionais do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) a Socióloga Tatau Godinho afirma que apesar do crescimento de 4,5% no número de mulheres no mercado de trabalho brasileiro, elas ainda estão “atrás dos homens” e possuem preocupações de conciliar trabalho profissional e o cuidado com a família.
“Muitas trabalhadoras são mães e precisam deixar os filhos para sustentar a casa. O governo tem investido muito nisso. Em 2002, tínhamos pouco mais de 10% das crianças de 0 a 3 anos nas creches. Em 2012, esse número passou para 21%. A situação melhorou, mas os esforços precisam continuar”, disse Tatau Godinho.